As origens dos sotaques
brasileiros estão na colonização do país feita por vários povos em diferentes
momentos históricos.
O português, como se sabe, imperou sobre os outros idiomas
que chegaram por aqui, mas sofreu influências do holandês, do espanhol, do
alemão, do italiano, entre outros.
Além disso, havia diferença no
idioma português falado entre os colonizadores que chegavam aqui, vindos de
várias regiões de Portugal e em distintas décadas.
“Os portugueses vinham em
ondas, em diferentes épocas. Por isso, o idioma trazido nunca foi uniforme”,
explica Ataliba Teixeira de Castilho, linguista e filólogo, consultor do Museu
da Língua Portuguesa e professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).
1) Tupi importado: A Amazônia
fala de um modo bem diferente do vizinho Nordeste. A razão para isso é que lá
quase não houve escravidão de africanos. Predominou a influência do tupi,
língua que não era falada pelos índios da região, mas foi importada por
jesuítas no processo de evangelização.
2) Minha tchia: O litoral
nordestino recebeu muitos escravos negros, enquanto o interior encheu-se de
índios expulsos da costa pelos portugueses. Isso explica algumas diferenças
dialetais. No Recôncavo Baiano, o “t” às vezes é pronunciado como se fosse “tch”.
É o caso de “tia”, que soa como “tchia”. Ou de “muito”, frequentemente
pronunciado “mutcho’”. No interior, predomina o “t” seco, dito com a língua
atrás dos dentes.
3) Maternidade: A exploração do
ouro levou gente do Brasil todo para Minas no século XVIII. Como toda a
mão-de-obra se ocupava da mineração, foi necessário criar rotas de comércio
para importar comida. Uma delas ligava a zona do minério com o atual Rio Grande
do Sul, onde se criavam mulas, via São Paulo. As mulas, que não se reproduzem,
eram constantemente importadas para escoar ouro e trazer alimentos. Também
espalharam a língua brasileira pelo centro-sul.
4) Chiado europeu: Quando a
família real portuguesa mudou-se para o Rio, em 1808, fugindo de Napoleão,
trouxe 16.000 lusitanos. A cidade tinha 50 mil habitantes. Essa gente toda
mudou o jeito de falar carioca. Data daí o chiado no “s”, como em “festa”, que
fica parecendo “feishta”. Os portugueses também chiam no “s”.
5) Tu e você: Os tropeiros
paulistas entraram no Sul no século XVIII pelo interior, passando por Curitiba.
O litoral sulista foi ocupado pelo governo português na mesma época com a
transferência de imigrantes das Ilhas Açores. A isso se deve a formação de dois
dialetos. Na costa, fala-se “tu”, como é comum até hoje em Portugal. No
interior de Santa Catarina, adota-se o “você”, provavelmente espalhado pelos
paulistas.
6) Porrrrta: Até o século
passado, a cidade de São Paulo falava o dialeto caipira, característico da
região de Piracicaba. A principal marca desse sotaque é o “r” muito puxado. A
chegada dos migrantes, que vieram com a industrialização, diluiu esse dialeto e
criou um novo sotaque paulistano, fruto da combinação de influências
estrangeiras e de outras regiões brasileiras.
Por essas razões todas, não se pode dizer
que haja um sotaque mais “correto” que outro. “Quem acha que fala um português
sem sotaque, em geral não se dá conta de que também tem o seu próprio, já que
ele caracteriza a variação linguística regional, comum a qualquer língua”,
afirma o professor.
Bem interessante, não acham?
E você, encaixa-se em que dialeto!? se ainda não se descobriu, boa oportunidade para tal descoberta!
Fontes: Cultura Nordestina e
Revista Escola
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