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domingo, 9 de dezembro de 2012

poetizando...

 

"Não entendo. 
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
 Entender é sempre limitado. 
Mas não entender pode não ter fronteiras. 
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. 
Não entender, do modo como falo, é um dom.
 Não entender, mas não como um simples de espírito. 
O bom é ser inteligente e não entender.
 É uma benção estranha, como ter loucura
sem ser doida.
 É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
 Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. 
Não demais: 
mas pelo menos entender que não entendo."

- Clarice Lispector, in 'A paixão segundo G.H.'.

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