"Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar
invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até
sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e logo se coagular
em cubos de geléia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei
eu. Se há veracidade nela – e é claro que a história é verdadeira embora
inventada – , que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e
quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe
faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado
essencial.”
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